A Ford pegou todo mundo de surpresa na Argentina ao anunciar cortes de preços significativos em diversos modelos de sua linha. A montadora foi a primeira a repassar os descontos ao consumidor após o governo de Javier Milei eliminar impostos sobre veículos que custam entre 41 e 75 milhões de pesos (aproximadamente R$ 231 mil a R$ 423 mil). A redução foi imediata, mesmo com as novas regras tributárias entrando em vigor oficialmente apenas no início de fevereiro.
Redução de preços e impacto no mercado
Antes da mudança, essa faixa de preço era taxada em 20%, enquanto modelos acima de 75 milhões de pesos (cerca de R$ 416 mil) pagavam 18%. Com o fim da taxação, a Ford ajustou seus preços de forma agressiva, criando um cenário de concorrência acirrada. A marca afirmou que irá compensar as concessionárias que já haviam comprado veículos com a antiga tributação, mas sem detalhar como fará isso.
Entre os modelos que ficaram mais baratos, destacam-se os SUVs Bronco Sport e Kuga Hybrid, que registraram uma redução média de 15,5%. Já o icônico Mustang V8 teve uma queda de 18%, enquanto o Bronco V6 ficou 13% mais barato. O SUV elétrico Mach-E também entrou na lista, com um corte de 8,5% no preço.
Por outro lado, nem todos os modelos foram beneficiados pela redução. A linha de utilitários, incluindo as picapes Maverick, Ranger, F-150 e a van Transit, teve um aumento de 2% devido à inflação do período. Esses modelos já estavam isentos do imposto anterior, conhecido como “imposto de luxo”, e não entraram na onda de descontos.
Posicionamento da Ford e o futuro do mercado
O presidente da Ford América do Sul, Martin Galdeano, foi um dos primeiros executivos do setor automotivo a elogiar a decisão do governo argentino. Ele destacou que a redução de impostos corrige distorções no mercado e cria um ambiente mais competitivo.
Apesar das mudanças, a nova política tributária não impactará a oferta de veículos híbridos e elétricos mais acessíveis. O governo zerou a alíquota para até 50 mil unidades importadas com preços de até US$ 16 mil (cerca de R$ 95 mil), mas a Ford não possui modelos nessa faixa, focando em opções mais caras.
Com essa movimentação, a expectativa é que outras marcas sigam o exemplo da Ford e revisem suas tabelas de preços, o que pode aquecer ainda mais o mercado argentino nos próximos meses.