A Stellantis segue reorganizando sua estrutura após a saída inesperada de Carlos Tavares do cargo de CEO em dezembro de 2024. Enquanto o conglomerado ainda busca um novo líder, o grupo anunciou mudanças importantes no comando de suas marcas. Entre os destaques, a Jeep, Peugeot e DS ganharam novos chefes para encarar os desafios do mercado automotivo nos próximos anos.
Jeep sob nova direção global
Bob Broderdorf, que assumiu a direção da Jeep na América do Norte em setembro de 2024, agora comandará a marca globalmente. Em entrevista durante o Salão do Automóvel de Detroit 2025, ele demonstrou otimismo com o futuro da Jeep. “Estamos investindo mais de US$ 3 bilhões em novos produtos. Vamos voltar a nos divertir, ser aventureiros e fazer coisas incríveis das quais as pessoas se orgulharão”, afirmou.
A Jeep, no entanto, enfrenta desafios. Em 2024, as vendas nos Estados Unidos caíram 9%, totalizando 587.725 unidades. Broderdorf agora tem a missão de reverter esse quadro e recuperar a força da marca no segmento de SUVs.
Peugeot e DS também com novos comandantes
A Peugeot também tem um novo chefe: Alain Favey, ex-CEO da Europcar Mobility Group. Já a DS Automobiles, marca premium da Stellantis, passa a ser liderada por Xavier Peugeot, que terá o desafio de consolidar a empresa como uma verdadeira rival de grifes como Bentley e Rolls-Royce.
Outras mudanças dentro da Stellantis
As reformulações não param por aí. Anne Abboud assume a divisão de veículos comerciais Stellantis Pro One, enquanto Antonio Filosa, já responsável pelas operações da Stellantis nas Américas, passa a acumular a chefia da divisão de Qualidade. Além disso, Olivier François lidera agora o novo escritório de marketing, e Ned Curic assume o comando da divisão de software e tecnologia da empresa.
Futuro incerto e possível volta dos motores V8
Até que um novo CEO seja escolhido, a Stellantis segue apostando na diversificação das motorizações. O presidente John Elkann confirmou que a empresa continuará investindo em motores a combustão, híbridos e elétricos, o que pode indicar uma reavaliação das estratégias adotadas sob a gestão de Tavares.
Com a saída do ex-CEO e mudanças políticas, como a eleição de Donald Trump, que já sinalizou uma possível retirada de incentivos para veículos elétricos, a Stellantis pode revisar sua estratégia de eletrificação. Projetos como o SUV elétrico da Chrysler e a versão de longa autonomia da picape RAM 1500 já foram adiados ou cancelados.
Agora, resta saber quem assumirá a posição de CEO da Stellantis e se a meta de salvar marcas deficitárias dentro do grupo será mantida nos próximos anos. O desfecho dessa história deve acontecer até o final de 2025.