A Nissan segue no centro das atenções e pode estar negociando com um novo parceiro após o fracasso das conversas com a Honda. Segundo informações do portal Automotive News, a fabricante japonesa foi sondada pela Foxconn, gigante taiwanesa conhecida por fabricar componentes eletrônicos, incluindo peças para os iPhones da Apple.
De acordo com fontes ligadas ao assunto, a Foxconn enviou em janeiro o ex-executivo da Nissan, Jun Seki, para discutir um possível acordo diretamente com a Renault, que detém 36% das ações da marca japonesa. Isso ocorre em um momento crítico para a Nissan, que viu seus lucros operacionais despencarem 90% e o lucro líquido cair 94% no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Nissan busca alternativas após fracasso com Honda
As conversas entre Nissan e Honda estavam avançadas desde dezembro, com o objetivo de uma fusão que criaria a terceira maior montadora do mundo. No entanto, os relatos mais recentes indicam que as negociações não progrediram como esperado e que o encerramento oficial deve ocorrer até o dia 13 de fevereiro. A falta de um consenso teria relação com o receio da Nissan de se tornar apenas uma subsidiária na fusão, independentemente do parceiro escolhido.
Diante desse impasse, algumas fontes internas acreditam que uma parceria com um player de fora da indústria automotiva pode ser mais vantajosa do que as propostas anteriores. A Foxconn, por exemplo, já tem investido no setor automotivo há alguns anos. Em 2024, adquiriu metade das operações de montagem de eixos da ZF Group e também tem um acordo de fornecimento de semicondutores para a Stellantis desde 2021.
Nissan corre contra o tempo
A urgência para encontrar uma solução é grande. No final de novembro de 2024, o jornal Financial Times citou executivos da Nissan afirmando que a empresa teria apenas “12 a 14 meses para sobreviver”. Embora essa informação ainda não tenha sido confirmada, a montadora já tomou medidas drásticas para conter a crise. No final do ano passado, anunciou um corte de 9.000 postos de trabalho e a redução de sua capacidade de fabricação global em 20%.
Caso o acordo com a Foxconn avance, a Nissan poderá ganhar um novo fôlego financeiro e tecnológico para enfrentar a concorrência no setor automotivo. Agora, resta aguardar os próximos capítulos dessa reviravolta no futuro da montadora japonesa.