A Hyundai resolveu nadar contra a maré da indústria e está dizendo um sonoro “não” pra essa moda de transformar o painel do carro numa tela de smartphone gigante. Enquanto várias marcas apostam tudo nas centrais multimídia grandonas e cheias de comandos digitais, os coreanos estão admitindo que exagerar nas telas pode mais atrapalhar do que ajudar.
Segundo a galera da própria Hyundai, muita gente anda reclamando que operar tudo por toque deixa a direção mais estressante. E vamos combinar: ninguém quer virar um piloto de caça só pra aumentar o ar-condicionado, né? Por isso, os engenheiros e designers da marca estão focados em manter alguns controles físicos nos carros, principalmente nas funções que a gente mais usa no dia a dia.
Quem trouxe essa visão foi Simon Loasby, um dos chefões de design da marca. Ele deixou bem claro que o ideal é manter o motorista com os olhos na pista, e não procurando ícones numa tela. A lógica é simples: se você já sabe onde tá o botão, não precisa nem olhar. A boa e velha memória muscular resolve. Já Luc Donckerwolke, outro nome de peso na Hyundai, abriu o jogo e disse que essas telas enormes estão aí também porque são mais baratas de produzir. Ou seja, tem economia por trás da tendência.
Apesar disso, a Hyundai não quer acabar com a tecnologia. A ideia é encontrar um equilíbrio: usar tela onde faz sentido e botão onde for mais prático. Prova disso é que os modelos futuros devem ter uma mescla dos dois, principalmente quando a marca começar a usar o sistema Android Automotive em peso a partir de 2026. Até lá, alguns botões “de mentirinha” já aparecem nos painéis e devem ganhar função em breve.
A Hyundai espera colocar mais de 20 milhões de carros com esse sistema nas ruas até 2030. Agora fica a torcida pra que outras montadoras acordem e percebam que segurança e conforto devem vir antes de cortar custo com botão físico.