Fórmula 1: combustível verde, preço salgado

A temporada 2026 da Fórmula 1 promete ser um marco histórico. A partir dela, os carros da categoria mais famosa do automobilismo mundial terão que usar combustíveis 100% sustentáveis. A ideia é contribuir com a redução de emissões e caminhar rumo a um futuro mais verde. Mas tem um detalhe: o preço do litro desse novo combustível pode ultrapassar os R$ 1.700!
De acordo com o site britânico The Race, o custo atual dos testes com o novo combustível gira em torno de 300 dólares por litro, algo próximo de R$ 1.700 na conversão direta. Esse valor é muito mais alto do que os praticados atualmente na F1, onde o litro da gasolina com etanol custa de R$ 124 a R$ 186.
Sustentável, sim. Acessível? Ainda não.

O objetivo da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) é que esse combustível seja feito a partir de fontes renováveis, como plantas, resíduos agrícolas e urbanos. Com isso, a Fórmula 1 tenta se tornar referência em sustentabilidade e inovação.
Mas até lá, o desafio é grande. A previsão é que o preço caia para algo entre 170 a 225 dólares por litro (cerca de R$ 960 a R$ 1.270) até o início da temporada 2026. Mesmo assim, continua sendo um custo elevado, principalmente considerando que cada equipe pode gastar até R$ 565 mil por corrida só com combustível.
Equipes não gostaram da ideia
Apesar das boas intenções, nem todo mundo está feliz com a mudança. Um diretor de equipe, que preferiu não se identificar, chegou a dizer que a nova regra é “ridícula“. Segundo ele, os custos são simplesmente inviáveis e podem afetar diretamente o desempenho das equipes menores.
A própria FIA reconhece o problema e prometeu trabalhar para reduzir os custos até 2027. Mas até lá, a obrigatoriedade do uso de combustível 100% sustentável segue valendo a partir de 2026.
Como funciona hoje?

Atualmente, os carros da F1 utilizam uma mistura composta de gasolina sem chumbo com 10% de etanol (antes era 5,75%). Essa mudança já foi um passo importante, mas agora a FIA quer ir além — com um combustível que não emite carbono adicional na atmosfera e pode até ser reaproveitado fora das pistas.
E não é só o combustível que muda…
A partir de 2026, os carros também deverão ser mais leves, compactos e eficientes. O objetivo é deixar os monopostos mais dinâmicos, com melhor aerodinâmica e menor impacto ambiental.
Ou seja: não é só o combustível que vai mudar — o conceito inteiro dos carros da F1 vai passar por uma revolução.
Situação atual do campeonato 2025
Enquanto a temporada 2026 ainda está no papel, a temporada atual segue a todo vapor. Neste domingo (4), acontece a sexta etapa da temporada 2025, no circuito de Miami, às 17h (horário de Brasília).
A classificação do Mundial de Pilotos até agora está assim:
- 🥇 Oscar Piastri (McLaren) – 99 pontos
- 🥈 Lando Norris (McLaren) – 89 pontos
- 🥉 Max Verstappen (RRB) – 87 pontos
A briga está intensa, e a chegada dos combustíveis sustentáveis pode mudar ainda mais o equilíbrio entre as equipes nos próximos anos.
Conclusão
O uso de combustível sustentável na Fórmula 1 é um passo importante para o futuro do automobilismo. Mas o custo altíssimo e a rejeição por parte das equipes mostram que o caminho ainda será cheio de desafios. Resta saber se, até 2026, a FIA conseguirá reduzir os custos e convencer todos os envolvidos de que vale a pena correr esse risco — ou melhor, essa corrida.