O impossível aconteceu. No último fim de semana, o AF Corse #83 não só surpreendeu como entrou para a história das 24 Horas de Le Mans 2025, ao conquistar uma vitória que ninguém esperava — nem mesmo os mais otimistas fãs da Ferrari.
Sim, uma equipe cliente derrotou os gigantes do WEC e fez isso com autoridade, segurando a pressão até os últimos segundos em uma das corridas mais imprevisíveis dos últimos anos. Mais do que um carro, o #83 virou símbolo de persistência, estratégia e paixão.
AF Corse #83: vitória com sabor de redenção
O trio formado por Robert Kubica (POL), Yifei Ye (CHN) e Phil Hanson (GBR) pilotou o Ferrari 499P #83 rumo a um feito inédito: a primeira vitória geral de uma equipe cliente desde 2005 em Le Mans.
E o mais louco: a vitória veio contra as gigantes Toyota, Porsche, Cadillac, BMW e até os próprios carros oficiais da Ferrari, os #50 e #51.
A Ferrari já havia vencido as edições de 2023 e 2024, mas ver um carro semi-oficial superar todos os favoritos trouxe uma emoção diferente. O #83 mostrou que, mesmo com menos recursos, ainda dá para vencer no braço, na estratégia e com um bom toque de coragem.
Corrida foi decidida na estratégia e no erro do #51
Durante boa parte da corrida, os favoritos eram os Ferraris #50 e #51, ambos com status de fábrica. Mas por volta das últimas 4 horas, um erro do piloto do #51 — que acabou atolando o carro na brita — tirou o carro da briga direta.
Foi nesse momento que o #83 assumiu a liderança. E mesmo com a pressão constante do Porsche Penske #6, o trio da AF Corse segurou firme. A diferença na linha de chegada? Apenas 14 segundos. Mas o suficiente para cravar o nome do carro na história.
Robert Kubica: da Fórmula 1 à glória em Le Mans
Se tem um nome que merece destaque, é o de Robert Kubica. O piloto polonês já teve sua carreira quase encerrada após um grave acidente de rali em 2011. Voltou, correu na F1, venceu na DTM, e agora, mais de uma década depois, conquista a maior prova do automobilismo de endurance.
A vitória de Kubica não foi só esportiva, foi simbólica. Um exemplo de superação e de como nunca é tarde para viver seu melhor momento.
Yifei Ye faz história pela China
Outro destaque do #83 é Yifei Ye, que se tornou o primeiro chinês a vencer as 24 Horas de Le Mans. Com apenas 23 anos, o piloto mostrou maturidade, controle e frieza durante seus stints noturnos e foi essencial para manter o carro na liderança.
Junto com ele, Phil Hanson, britânico de 24 anos, também brilhou — e com apenas sua segunda corrida na categoria Hypercar, já tem uma Le Mans no currículo.
O carro: Ferrari 499P #83
Apesar de ser uma equipe cliente, o carro do #83 é um Ferrari 499P, o mesmo protótipo usado pelos carros oficiais. A principal diferença está na operação, estratégia e gestão da equipe — responsabilidade da AF Corse, conhecida há anos por cuidar dos GTs da Ferrari no WEC.
O 499P é um monstro híbrido, com motor V6 biturbo e um motor elétrico no eixo dianteiro, somando 680 cv de potência. A tração integral e o sistema de recuperação de energia ajudam a manter o desempenho em alta mesmo após longas horas.
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AF Corse: a arte de vencer com menos
A AF Corse provou que competência, experiência e planejamento podem bater até mesmo os maiores orçamentos. A equipe italiana, liderada por Amato Ferrari (sem parentesco com Enzo), vem ganhando respeito no mundo do endurance há anos — e agora tem uma vitória geral em Le Mans para carimbar sua trajetória.
A Ferrari também mostra que seu projeto de Hypercar está sólido. Três vitórias seguidas (2023, 2024 e agora 2025) mostram que a marca de Maranello voltou com tudo à resistência, e que agora até os times clientes podem brigar por pódios e vitórias.
Repercussão: um novo capítulo para Le Mans
A vitória do #83 repercutiu fortemente nas redes sociais e na imprensa especializada. Muitos comemoraram o retorno de equipes clientes ao topo, como símbolo da imprevisibilidade do endurance.
Outros destacaram o momento de Robert Kubica, que emocionou fãs ao redor do mundo. “Essa é a maior conquista da minha carreira”, disse o polonês em entrevista após a prova.
E agora?
Com o resultado, a Ferrari assume uma posição dominante no WEC e acende uma luz para o futuro da categoria: com o novo regulamento permitindo maior competitividade, podemos ver mais zebras como essa.
O AF Corse #83 provou que o impossível pode acontecer. Basta acreditar. E acelerar.
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