Aston Martin pode deixar a Fórmula 1 e vender equipe por US$ 146 milhões

A tradicional marca britânica Aston Martin está prestes a dar uma guinada radical na sua história. Em meio a um cenário complicado no mercado financeiro, a montadora avalia vender sua equipe de Fórmula 1 por cerca de US$ 146 milhões e ainda considera fechar seu capital, ou seja, deixar de ter ações negociadas na bolsa de valores.

O movimento faz parte de uma estratégia mais ampla de reestruturação, em que a Aston Martin busca garantir fôlego financeiro até 2025. Apesar da possível venda, o nome da equipe continuará nas pistas da F1, graças a um acordo comercial que garante a permanência da marca como Aston Martin Aramco Formula One Team.

Nome continua, mas controle muda

Na prática, a operação esportiva da equipe de Fórmula 1 seguirá sob comando do bilionário Lawrence Stroll, que detém os direitos sobre a escuderia por meio de empresas fora da Aston Martin Lagonda — a divisão de carros de rua da marca.

Anúncio

Foi Stroll quem trouxe o nome da Aston Martin de volta à Fórmula 1 em 2021, e ele continua sendo peça-chave tanto na equipe quanto na montadora. A eventual venda envolveria apenas a participação da fabricante na equipe de F1, mantendo a identidade visual e a presença da marca nas pistas intactas.

Venda da equipe seria saída estratégica

A venda da parte da equipe de Fórmula 1 surge como uma jogada de sobrevivência. Embora a presença na F1 traga visibilidade e prestígio, manter uma equipe competitiva na principal categoria do automobilismo custa centenas de milhões de dólares por ano.

Com o caixa apertado e os lucros minguando, a Aston Martin decidiu que é hora de cortar gastos — mesmo que isso signifique abrir mão do controle direto sobre uma das suas vitrines globais mais importantes.

Quer ver mais notícias? Acesse nosso canal no WhatsApp

Capital fechado à vista?

Outro ponto que chamou atenção no anúncio foi a possibilidade real de a Aston Martin fechar o capital da empresa, retirando suas ações da bolsa de Londres. Desde que estreou no mercado financeiro, em 2018, com ações valendo 19 libras, os papéis despencaram mais de 95%, sendo negociados atualmente por apenas 71 pence.

A montadora, que chegou a valer quase US$ 6 bilhões, hoje tem uma avaliação de mercado próxima de US$ 1 bilhão. O próprio Stroll classificou a queda como “uma piada”, evidenciando o descontentamento com o desempenho das ações.

Especialistas de mercado, como os analistas da Third Bridge, acreditam que fechar o capital pode ser uma decisão acertada. A medida reduziria a pressão dos investidores, diminuiria custos administrativos e facilitaria a atração de parceiros estratégicos de longo prazo, algo essencial para a marca seguir viva nos próximos anos.

Stroll vai aumentar participação na empresa

Enquanto avalia vender a equipe de F1 e fechar o capital, Lawrence Stroll já se movimenta nos bastidores. O consórcio Yew Tree Investments, liderado por ele, vai aumentar sua participação na Aston Martin de 27,7% para cerca de 33%, injetando mais dinheiro na montadora para garantir sua sobrevivência até pelo menos o fim de 2025.

Essa manobra mostra que, apesar das dificuldades, Stroll ainda aposta no futuro da marca — mas com uma estrutura mais enxuta e sem os custos pesados de uma operação direta na F1.

Reestruturação ainda vai demorar

Mesmo com todas essas decisões drásticas, os efeitos das mudanças só devem ser sentidos de forma mais clara a partir de 2027. Até lá, o plano da Aston Martin parece ser sobreviver com o que tem, enquanto tenta reorganizar suas finanças, otimizar a produção e recuperar parte do prestígio perdido nos últimos anos.

Enquanto isso, a Fórmula 1, que por muito tempo foi símbolo de glória e sofisticação para a marca, virou moeda de troca. O show continua, mas nos bastidores, a prioridade é cortar custos e garantir que a Aston Martin não desapareça do mapa automotivo.

Futuro da marca ainda é incerto

A possível saída da Aston Martin do controle direto da F1 não deve afetar imediatamente os fãs, já que o nome seguirá estampado nos carros da equipe. Mas a decisão marca um novo capítulo para uma das marcas mais icônicas da indústria automotiva.

Agora, resta saber se o plano de reestruturação dará certo — e se a Aston Martin conseguirá recuperar parte do brilho que a transformou em símbolo de luxo, velocidade e elegância. O mundo estará de olho.

Confira Também: BYD vai produzir trens no Brasil e promete destravar a Linha 17-Ouro em São Paulo

Adicione um comentário Adicione um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Previous Post

BYD vai produzir trens no Brasil e promete destravar a Linha 17-Ouro em São Paulo

Next Post

Honda City Hatchback Touring Sport estreia com visual esportivo e mais tecnologia

Anúncio