Caminhão a hidrogênio da GWM estreia no Brasil e já entra em fase de testes

A revolução no transporte pesado começou a ganhar forma no Brasil. A GWM trouxe para cá seu primeiro caminhão movido a hidrogênio, batizado de GWM Hydrogen powered by FTXT. O modelo já está no país e promete juntar o melhor dos dois mundos: a força de um caminhão elétrico com a autonomia estendida do hidrogênio verde.

O veículo desembarcou no Porto de Santos (SP) e seguiu direto para a fábrica da GWM, em Iracemápolis, onde está passando por inspeções e testes iniciais. A primeira etapa é verificar a integridade e o desempenho da bateria elétrica — uma de 105 kWh — antes mesmo de colocar o sistema de célula a combustível para trabalhar.

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Por dentro do caminhão a hidrogênio da GWM

O modelo chega com uma configuração que chama atenção: cilindros capazes de armazenar 40 kg de hidrogênio, alimentando as células a combustível para gerar eletricidade. Além disso, conta com sistema de regeneração, recuperando energia nas frenagens e desacelerações.

Mais de 30 mil unidades semelhantes já rodam na China, mas esta é a primeira vez que o caminhão será testado em solo brasileiro. A expectativa é entender como o sistema se adapta às nossas estradas, climas e até ao jeito que os caminhoneiros dirigem por aqui.


Testes com apoio de universidades brasileiras

A fase de testes começa em setembro, em parceria com universidades nacionais — entre elas, a USP, que já tem infraestrutura para abastecer com hidrogênio produzido a partir do etanol. Essa é uma tecnologia nacional e de baixo carbono, um ponto-chave para quem pensa em sustentabilidade de verdade.

Os ensaios vão começar em pistas fechadas, sem carga, e depois evoluir para simulações de transporte real. Serão avaliados suspensão, desempenho, segurança e, claro, a eficiência do sistema em diferentes condições — temperatura, altitude, pavimento e tipo de carga.


Um projeto que vai além do veículo

Segundo Davi Lopes, Head da GWM Hydrogen-FTXT Brasil, essa não é apenas a chegada de um caminhão inovador, mas o início da construção de um ecossistema de hidrogênio no país. A ideia é unir indústria, governo e academia para criar uma base sólida de produção, abastecimento e manutenção.

Não à toa, o projeto está dentro do Programa MOVER, do Governo Federal, e alinhado à meta global da GWM de zerar emissões de carbono até 2045.


Do etanol ao hidrogênio verde

Depois da fase inicial, o caminhão vai rodar com diferentes tipos de hidrogênio:

  • Hidrogênio verde, produzido por eletrólise usando energia renovável.
  • Hidrogênio obtido da reforma do etanol, tecnologia brasileira que pode baratear e agilizar a adoção dessa matriz energética.

A GWM também fará um estudo econômico-financeiro para saber se essa solução pode ser viável comercialmente no Brasil, considerando custo de produção, abastecimento e manutenção.


Parcerias e infraestrutura

A iniciativa começou lá em 2023, quando a GWM assinou um memorando de entendimento com o Governo de São Paulo. Desde então, já mapeou cinco projetos para infraestrutura de abastecimento e firmou acordos estratégicos — como com o Governo de Minas Gerais e a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) — para acelerar o desenvolvimento da tecnologia no transporte pesado.


Data marcada para apresentação oficial

O caminhão será apresentado ao público no dia 15 de agosto, durante a inauguração da fábrica da GWM em Iracemápolis. A expectativa é que o evento seja não só uma vitrine para o veículo, mas também um marco para a entrada do Brasil na corrida global do transporte pesado com emissão zero.


Resumindo: a GWM não está apenas trazendo um caminhão diferente. Está plantando a semente para que o Brasil entre de vez no mapa da mobilidade limpa, apostando em uma tecnologia que pode mudar o transporte pesado. O sucesso dessa fase de testes vai dizer se, em alguns anos, veremos esses gigantes silenciosos e sem poluição cruzando nossas estradas.

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