Caminhoneiros estão sendo multados nos EUA por não falarem inglês: entenda a polêmica

Uma antiga regra americana voltou a ganhar força e está gerando polêmica no setor de transporte rodoviário. Caminhoneiros estão sendo multados nos Estados Unidos por não falarem inglês com fluência suficiente, algo que, para muitos, soa como uma medida discriminatória em plena era da tecnologia e da inclusão.

O caso mais recente aconteceu no Condado de DeKalb, no Alabama, onde dois motoristas — um vindo do Texas e outro da Flórida — foram parados pelas autoridades locais e receberam multas simplesmente por não se comunicarem bem em inglês. Ambos estavam em situação regular com a documentação, mas acabaram penalizados com base em uma lei que existe desde a década de 1930.

A lei que voltou à tona após nova ordem executiva

O que acendeu o alerta foi uma ordem executiva assinada por Donald Trump, reforçando a aplicação da exigência de proficiência no inglês para motoristas comerciais. A regra não é nova, mas vinha sendo aplicada de forma mais branda nos últimos anos, especialmente durante o governo Obama.

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A determinação exige que motoristas de veículos de carga nos EUA sejam capazes de:

  • Ler placas de trânsito em inglês
  • Interagir com o público e autoridades
  • Compreender instruções de segurança e regulamentos

Ou seja, não se trata apenas de saber “o básico”, mas de demonstrar uma fluência que permita comunicação plena em situações diversas — algo que muitos consideram exagerado ou até subjetivo demais.

Segurança ou discriminação?

O argumento das autoridades é que o domínio do idioma está diretamente ligado à segurança nas estradas. Segundo Mark Colson, presidente da Alabama Trucking Association, permitir que motoristas trafeguem sem entender placas ou comandos poderia representar um risco para eles próprios e para outras pessoas.

Mas críticos da medida não veem as coisas assim. Para muitos, a exigência está sendo usada de forma seletiva e discriminatória, atingindo principalmente imigrantes, latinos e trabalhadores de minorias.

A crítica ganha ainda mais força quando se considera que a grande maioria dos caminhoneiros precisa passar por exames rígidos para conseguir a CDL (Commercial Driver’s License), a carteira de habilitação comercial dos EUA. Um dos requisitos básicos dessa licença é justamente comprovar entendimento das regras e sinais de trânsito — algo que torna difícil acreditar que esses motoristas simplesmente não saibam se comunicar ou ler placas.

Tecnologia já resolveria boa parte do problema

Outro ponto levantado pelos críticos é que recursos tecnológicos já eliminam a maior parte das barreiras linguísticas no dia a dia dos caminhoneiros. Aplicativos de tradução simultânea, assistentes virtuais e até sistemas integrados nos caminhões ajudam os motoristas a entender instruções, rotas e orientações policiais com facilidade.

Nesse sentido, exigir que todos falem inglês com fluência impecável parece um retrocesso. Em vez de investir em fiscalização seletiva, muitos defendem que o governo deveria facilitar o acesso a ferramentas que garantam a segurança sem excluir profissionais competentes.

O que aconteceu com os caminhoneiros multados?

Até agora, as autoridades não deixaram claro se os dois motoristas foram impedidos de seguir viagem ou se houve apenas aplicação da multa. O mais provável, segundo relatos locais, é que tenham sido apenas advertidos com penalidade financeira.

Ainda assim, a situação serve de alerta para outros caminhoneiros que atuam nos Estados Unidos e que não têm o inglês como idioma principal. Com a nova ênfase dada ao tema, é possível que outros estados comecem a adotar posturas semelhantes, aumentando o risco de mais autuações nos próximos meses.

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Uma regra que divide opiniões

A discussão está longe de ser simples. De um lado, há quem defenda que o inglês é essencial para garantir a fluidez no tráfego e o cumprimento das normas. De outro, existem argumentos sólidos de que a regra está sendo usada como forma de afastar imigrantes ou dificultar a vida de quem já enfrenta diversos obstáculos no setor.

E mais: num país onde os caminhoneiros desempenham papel vital na economia, punir bons profissionais apenas pela língua que falam pode ser um tiro no pé — especialmente num momento em que faltam motoristas para dar conta da demanda logística interna dos EUA.

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