A divisão esportiva da BMW está se preparando para o futuro — mas sem abrir mão da essência que a consagrou. Mesmo com a chegada da nova norma Euro 7 em 2026, que impõe padrões de emissões mais rigorosos e realistas, a marca confirmou que continuará produzindo seus lendários motores seis cilindros em linha e V8 biturbo. A informação foi dada por ninguém menos que Frank van Meel, CEO da BMW M, durante o prestigiado Goodwood Festival of Speed.
A declaração pegou muitos entusiastas de surpresa, especialmente em um momento em que a indústria automotiva parece correr para abandonar os motores maiores em favor da eletrificação e da downsizing. Van Meel deixou claro: não haverá substituição dos motores M por blocos de três ou quatro cilindros híbridos, como vem sendo feito por outras montadoras.
Motores V8 e seis cilindros sobrevivem à Euro 7

Ao contrário do que se esperava, o maior desafio imposto pela nova regulamentação europeia não foi reduzir os níveis de emissões, que, segundo o executivo, são praticamente os mesmos da atual Euro 6e. O verdadeiro obstáculo foi manter o desempenho dos motores mesmo nos novos testes, que simulam condições de uso muito mais realistas e severas.
A Euro 7 exige que os motores sigam os padrões de emissão por até 10 anos ou 200 mil km — o dobro do que se exigia anteriormente. Além disso, as novas regras passam a medir também as partículas emitidas por freios e pneus, o que exige inovações em áreas até então pouco exploradas.
Soluções criativas sem sacrificar performance
Para atender às novas exigências sem comprometer o desempenho, os engenheiros da BMW M precisaram encontrar soluções criativas. Segundo van Meel, com a Euro 7, o combustível não pode mais ser usado como parte do sistema de resfriamento do motor. Isso exigiu uma reestruturação completa da forma como o motor lida com o calor.
“Com a Euro 7, isso deixa de ser possível, por isso tivemos de encontrar outras formas de evitar o aumento de temperatura”, explicou van Meel. A resposta foi melhorar o processo de combustão e o controle térmico, permitindo que o motor opere em lambda 1 (a proporção ideal entre ar e combustível) sem comprometer a performance.
Reduzir a potência? Nem pensar

Van Meel foi categórico: “Claro que poderíamos reduzir a performance, mas não queremos isso.” A afirmação mostra que, mesmo com todas as restrições ambientais, a filosofia da divisão M — focada em desempenho puro — permanece intacta. Segundo ele, os motores de menor cilindrada simplesmente não conseguem entregar a mesma experiência que os tradicionais seis em linha ou V8 biturbo.
E isso não é apenas sobre potência. É sobre o que esses motores representam: história, caráter, som e entrega de torque de uma forma que motores menores com ajuda elétrica ainda não conseguem replicar.
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BMW nada contra a corrente
Enquanto várias montadoras já anunciaram o fim de suas motorizações maiores em nome da sustentabilidade, a BMW M está remando na direção contrária — e com boas razões. Para os fãs da marca, é um alívio saber que o rugido do seis em linha e do V8 ainda tem fôlego para mais alguns bons anos.
Com essa postura, a BMW reforça seu compromisso com a autenticidade da linha M e se destaca em um mercado cada vez mais homogêneo em termos de motorização. Não é só uma questão de tradição — é também um diferencial de mercado para um público que ainda valoriza o prazer ao dirigir acima de tudo.
Detalhes técnicos serão revelados depois
Por enquanto, a marca ainda mantém em segredo os detalhes técnicos das alterações nos motores. Van Meel apenas adiantou que as soluções adotadas são “muito interessantes” e devem ser divulgadas oficialmente em lançamentos futuros. Tudo indica que os engenheiros da divisão M encontraram uma maneira de adaptar o clássico ao moderno, sem perder a alma que faz da BMW M uma referência mundial em esportividade.
BMW M continua firme na tradição — e na performance
A mensagem está clara: a BMW M não vai abrir mão de seus pilares mesmo diante das regras mais rígidas da história da indústria automotiva. Isso não significa que a marca vai ignorar a eletrificação — ela já tem híbridos e elétricos em desenvolvimento. Mas a essência da linha M será preservada, com motores que continuam a emocionar entusiastas no mundo todo.
Se você achou que os V8 estavam com os dias contados, a BMW M acaba de provar que ainda há espaço para potência de verdade no futuro da mobilidade.
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