A Lamborghini é, sem dúvida, uma das marcas mais famosas do planeta quando o assunto é carro esportivo. Se você gosta minimamente de automóveis, com certeza já ouviu falar do Gallardo, Aventador ou Huracán. Por isso, muita gente se pergunta: com tantas marcas entrando na Fórmula 1, por que a Lamborghini nunca voltou?
A verdade é que, mesmo com toda a sua fama e tecnologia, a Lamborghini não quer saber da Fórmula 1. E não é por falta de convite ou capacidade. Existem vários motivos por trás dessa decisão — e alguns deles são surpreendentes.
A passagem apagada da Lamborghini pela Fórmula 1

Muita gente não sabe, mas a Lamborghini já esteve na Fórmula 1. Entre 1989 e 1993, a marca forneceu motores para equipes como Lotus, Larrousse, Ligier, Minardi e Modena. Aliás, a Modena foi uma equipe de fachada criada pela própria Lamborghini para tentar entrar na categoria de forma discreta, sem arranhar o nome da marca caso desse errado.
E foi exatamente o que aconteceu: deu errado. Os carros eram lentos, os motores davam problemas e, em algumas corridas, a equipe sequer conseguia se classificar. Um desastre técnico e de imagem.
Para evitar que o nome “Lamborghini” virasse sinônimo de fracasso nas pistas, a marca saiu da categoria de fininho no fim de 1993. Desde então, o assunto Fórmula 1 virou praticamente um tabu dentro da empresa.
Medo de manchar a imagem
Um dos principais motivos para a Lamborghini evitar a Fórmula 1 é o risco de manchar sua reputação. Imagina só ver uma Lamborghini sendo ultrapassada por todas no grid, sem conseguir sequer pontuar. A imagem da marca de luxo e alto desempenho poderia ir por água abaixo — literalmente.
A comparação com a Ferrari, eterna rival italiana, também pesa bastante. A Ferrari está na F1 há décadas, com um histórico sólido de vitórias. Se a Lamborghini entrasse agora, começaria muito atrás, e o risco de ficar na sombra da Ferrari é um fator que pesa na decisão.
Quer ver mais notícias? Acesse nosso canal no WhatsApp
Fórmula 1 custa muito caro

Além de tudo, disputar a F1 custa uma fortuna. Para participar, as marcas precisam pagar uma taxa altíssima só para entrar, além de investir pesado no desenvolvimento de carro, equipe, estrutura e, claro, motor.
No caso da Lamborghini, usar um motor de outra marca — como Mercedes ou Ferrari — nem pensar. Por ser uma marca de prestígio, ela teria que desenvolver seu próprio motor, o que encarece ainda mais o projeto.

A Volkswagen já tem uma representante
Outro ponto importante: a Lamborghini pertence ao Grupo Volkswagen, que já confirmou a entrada da Audi na Fórmula 1 em 2026. Isso significa que o conglomerado já está colocando dinheiro e esforço em uma única representante. Para que investir em duas ao mesmo tempo?
Inclusive, esse pode ter sido o motivo pelo qual a Porsche, também do mesmo grupo, acabou desistindo de entrar na categoria recentemente.
Mundial de Endurance é a nova aposta
Enquanto ignora a Fórmula 1, a Lamborghini decidiu mirar em outra categoria: o Mundial de Endurance (WEC). A marca já está se preparando para disputar as 24 Horas de Le Mans, uma das corridas mais famosas do mundo.
Segundo Stephan Winkelmann, presidente da empresa, as corridas de endurance têm mais a ver com a filosofia da marca e permitem uma aplicação mais direta da tecnologia desenvolvida nas pistas para os carros de rua.
Além disso, o risco de imagem é muito menor. Em Le Mans, por exemplo, falhar não tem o mesmo impacto público que ser humilhado em uma temporada inteira de Fórmula 1.
Uma decisão que faz sentido
No fim das contas, a decisão da Lamborghini faz todo o sentido do ponto de vista de negócios. Entrar na Fórmula 1 significa correr riscos técnicos, financeiros e de reputação. Para uma marca que vende carros de luxo e exclusividade, esse tipo de exposição negativa pode ser prejudicial.
E mesmo que o coração dos fãs peça o retorno da marca para o grid da F1, a cabeça dos executivos prefere o caminho mais seguro: investir em projetos com menor risco e mais alinhados à identidade da empresa.
Confira Também: BYD Yangwang U8: SUV de 1.200 cv, 4 motores e função flutuante chega ao Brasil