Um cenário digno de cinema está chamando atenção no meio do Oceano Pacífico: o cargueiro Morning Midas, transportando mais de 3 mil carros, foi abandonado pela tripulação após um incêndio de grandes proporções a bordo. O caso aconteceu nesta quarta-feira (5), próximo ao estado do Alasca, nos Estados Unidos, e levantou preocupações sobre os riscos envolvendo baterias de carros elétricos.
A bordo estavam 22 tripulantes, que, segundo a Guarda Costeira dos EUA, conseguiram escapar ilesos após acionarem as autoridades marítimas. O resgate foi realizado com sucesso, mas o navio continua à deriva no oceano, sendo monitorado de longe por questões de segurança.
O que causou o incêndio do navio?
A suspeita principal é de que o fogo tenha começado em uma das baterias de lítio de um carro elétrico. Segundo o jornal The New York Times, a situação rapidamente fugiu do controle, obrigando a tripulação a evacuar o navio.
Das mais de 3 mil unidades a bordo, cerca de 800 veículos eram elétricos, que possuem componentes altamente inflamáveis — especialmente as baterias de íons de lítio, que são conhecidas pelo risco de combustão espontânea em casos extremos.
Fontes da Marinha explicaram que as equipes de emergência precisaram manter uma distância segura, já que há risco de explosão devido à natureza instável dessas baterias quando em contato com altas temperaturas.
De onde vinha e para onde ia o cargueiro?
O Morning Midas partiu da China em 26 de maio com destino ao México, onde a chegada estava prevista para o dia 15 de junho. O navio pertence à empresa Zodiac Maritime, responsável por gerenciar a embarcação e a carga.
O incêndio começou no meio da travessia pelo Pacífico, em uma região de difícil acesso e de baixa cobertura aérea, o que tornou o resgate ainda mais complexo. Felizmente, todas as 22 pessoas a bordo foram salvas sem ferimentos, e receberam apoio médico após o resgate.
O que há a bordo?
Além dos 3 mil carros — entre modelos a combustão e elétricos — o Morning Midas também transporta uma quantidade gigantesca de combustível:
- 350 mil kg de gás combustível
- 1,53 milhão de kg de VLSFO (combustível com baixo teor de enxofre, usado em embarcações)
Ou seja, o risco de explosão ainda é elevado, e autoridades seguem monitorando a situação cuidadosamente.
Impactos e preocupações
Esse não é o primeiro caso envolvendo incêndios em navios com carros elétricos. Incidentes semelhantes ocorreram nos últimos anos, levantando discussões sobre os protocolos de segurança para o transporte marítimo desse tipo de veículo.
O caso do Morning Midas reacende esse debate, principalmente porque o navio ainda está à deriva e pode representar uma ameaça ambiental se houver vazamento de combustível ou colapso estrutural.
E agora?
A Zodiac Maritime ainda não divulgou se será possível recuperar a embarcação e a carga. Técnicos e engenheiros da empresa estão avaliando os danos com apoio da Guarda Costeira norte-americana. Uma das hipóteses é que o navio seja rebocado, mas isso dependerá das condições de estabilidade após o incêndio.
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Enquanto isso, os mais de 3 mil carros permanecem a bordo, incluindo os cerca de 800 elétricos que podem ter sido a origem da tragédia. O episódio já circula nas redes sociais e fóruns de entusiastas como mais um exemplo do risco real que alguns componentes de veículos modernos ainda oferecem — principalmente quando se trata de logística em grande escala.
