Carro que muda de cor com um botão? Tecnologia camaleão já é testada e pode chegar às ruas em breve
Imagina sair de casa com o carro branco de manhã, deixar ele preto à tarde e roxo à noite, sem precisar pintar, envelopar ou trocar de carro. Parece ficção científica? Pois essa realidade está cada vez mais próxima — e já foi apresentada por montadoras como BMW e Hyundai.
A tecnologia que permite um carro mudar de cor com um simples comando já existe, foi exibida em feiras de automóveis e está evoluindo rápido. O que antes era conceito já virou protótipo funcional. E do jeito que o mercado está, é só questão de tempo até aparecer nas ruas.
Como funciona a tecnologia de troca de cor?
O segredo está na aplicação de materiais eletrocrômicos ou de tinta com partículas especiais. Esses elementos reagem à corrente elétrica ou estímulo térmico, alterando a maneira como refletem a luz.
No caso da BMW, a tecnologia se chama E Ink — a mesma usada em leitores de livros digitais, como o Kindle. O carro é revestido com painéis que mudam de cor conforme a polarização aplicada. Dá pra alternar entre preto, branco e tons de cinza com apenas um botão.
Já a Hyundai está desenvolvendo uma versão mais avançada chamada VLT (Variable Light Transmission), que promete até personalizações por setor do carro, permitindo que o capô, portas e teto tenham cores diferentes ao mesmo tempo.
Isso é seguro e confiável?
Segundo as montadoras, sim. O sistema é projetado para suportar calor, frio, chuva e sol, e tem sensores que ajustam a coloração automaticamente conforme o ambiente — por exemplo, clareando em dias quentes para refletir mais luz solar e ajudar na economia de energia com o ar-condicionado.
Além disso, a troca de cor pode ser programada de forma automática ou manual. Em alguns testes, os veículos até mudam de cor ao se aproximarem do motorista com a chave no bolso, como uma espécie de saudação personalizada.
Só estética? Não, isso pode mudar até a eficiência do carro
Embora o apelo visual seja o que mais chama atenção, essa tecnologia pode ter implicações práticas. Um carro que fica claro no calor e escuro no frio ajuda na regulação térmica da cabine, o que reduz o uso de climatização e melhora o consumo, especialmente em carros elétricos.
Também pode ter impacto em segurança: imagine um carro que fique mais visível à noite ou em condições de neblina. A possibilidade de adaptar a cor ao ambiente pode evitar acidentes em algumas situações.
Quando isso vai chegar ao Brasil?
Ainda não há previsão oficial de lançamento comercial, nem na Europa nem na América do Sul. Por enquanto, o carro camaleão é um show tecnológico apresentado em salões do automóvel como CES e IAA Mobility. Mas como já vimos com outras inovações (ex: head-up display, piloto automático), basta a tecnologia se tornar viável financeiramente para ganhar escala.
O mais provável é que, nos próximos anos, versões mais simples (como painéis de cor variável no teto ou nos retrovisores) comecem a aparecer em carros premium e depois se popularizem.
Carros com essa tecnologia já apresentados:
- BMW iX Flow (E Ink)
Mudança entre branco, preto e cinza com comando elétrico. - BMW i Vision Dee
Permite 32 combinações de cores com uso de tinta eletrônica avançada. - Hyundai Mobis M.Vision TO
Protótipo com tetos e portas em tons ajustáveis e iluminação variável.
E se o carro mudar de cor no meio da rua?
Essa é uma dúvida comum. Mas segundo as fabricantes, a mudança de cor é discreta e controlada, não acontecendo por acidente. Ela só ocorre quando o usuário define manualmente ou ativa um modo automático — e não há “piscar” de cores nem efeitos visuais que prejudiquem o trânsito.
Conclusão
Pode parecer exagero, mas o carro camaleão é mais real do que parece. Em breve, talvez a pergunta não seja mais “qual a cor do seu carro?”, mas sim “qual a cor dele hoje?”. A revolução na pintura automotiva já começou, e o mais incrível é que isso tudo pode acontecer com apenas um botão.
Se você achou que carros autônomos eram o futuro, espere só até ver essa moda colorida invadindo as ruas.
